Do Peri Dorneles se contam histórias e estórias. Mas é o próprio Peri quem gostava de contar os seus feitos. Os relatos constantes neste livro foram todos contados pelo próprio Peri ao autor. Aliás, PERI era o seu nome comercial; para todos, ele era o Dorneles, mais tarde, o “seu Dorneles”.
O seu Peri teve como grande paixão na vida, além de uma mesa de cartas, a música. Desde adolescente, especializou-se em tocar violino. Para ele, era algo clássico, distante do cotidiano dos demais instrumentos que faziam parte do dia a dia da comunidade. Lá pelos anos 60, ele foi convidado, aliás como frequentemente era, para tocar em um baile em Derrubadas, junto com o Nego Sí. Antes do baile, que começava lá pelas 8 horas da noite no salão iluminado a lampião de querosene, o Peri participou de uma saborosa feijoada na casa do dono do salão.
Passada uma hora de baile, a feijoada começou a fazer um efeito danado no intestino do Peri. Não suportando mais a dor de barriga, ele colocou o violino de lado e foi se aliviar no mato, logo atrás do salão. Na volta, retomou o instrumento no meio de uma música. Mas mal tocou o primeiro acorde, sentiu um suspeito cheiro de merda. Como havia ido para fora, levantou discretamente um pé para ver se não havia pisado em algo. Depois levantou outro pé, olhou discretamente em volta para ver se via algo suspeito. Levantando a cabeça, cheirou demoradamente o ambiente, muito desconfiado, até que, quando voltou o rosto para baixo, decidiu parar o baile e gritou a toda voz:
Foi um silêncio total, até que um meninote, que prestava atenção em tudo, puxou o seu Peri pela manga da camisa e disse:
Mín. 11° Máx. 22°