A poeira se levanta na estrada, era sinal que uma comitiva estava chegando. O menino segue em frente de todos, à frente mesmo do dianteiro. Montado em uma égua mansa, a madrinha, o madrinheiro como chama o guri, guia a tropa ao som dos cincerros pendurados no pescoço do animal.
A sua outra função era montar a trempe e preparar o café. Por que o café não pode faltar nunca.
O café de chaleira é um costume introduzido pelos mascates de origem turca, que vinham fazer comercio no Rio Grande do Sul no século XIX. Os gaúchos adotaram o costume. Chegavam, faziam fogo e colocavam as chicolateiras ou cambonas com água para esquentar. Desencilhavam os cavalos, tirando das malas de garupa o café, as bolachas e o açúcar e montavam um local parecido com um acampamento
Em tempos mais antigos o café era composto, isto é, com açúcar dava uma tintura preta com um forte e agradável cheiro. Em geral, os tropeiros e carreteiros costumavam dividir as obrigações do fogão entre si.
Enquanto um fazia o café, outro podia ser o assador, ou fazer o mate, a outro, a responsabilidade de juntar lenha, desta maneira tornava-se fácil e até mesmo divertido o trabalho.
Quem ficava encarregado de fazer café, colocava a água a ferver na chicolateira ou na cambona, depois retirava do fogo e despejava dentro dela duas colheres de café em pó.
Mexia com a ponta da faca até dissolver todo, ou com uma colher, depois voltava com a chicolateira/cambona ao fogo.
Quando levantava nova fervura, retirava do fogo e colocava um tição aceso dentro do café, provocando uma ebulição. Mantinha o tição dentro do café por segundos. Com as costas da faca, dava algumas pancadinhas por fora, na chicolateira/cambona.
Assim ficava pronto o café. Quando não há tição, por exemplo, em fogo de gravetos, ou em zona que existe lenha e o fogo é feito com corunilha (esterco seco de gado), nestes casos, pondo água fria na fervura do café, ajuda a sentar a borra.
Sentavam nos arreios ou nos pelegos dobrados para tomar o café que era acompanhado por bolachão ou pão caseiro, trazido na mala de garupa. Alguns preferiam ficar acocorados nos "garrões", como é hábito entre nosso homem do campo, herdado dos índios.
A sobra do café nas Chicotalteiras/cambonas era posto fora e as vasilhas bem lavadas na sanga.
Fonte. Rogério Bastos.
Tá ai uma sugestão para o 11º Acampamento Farroupilha.
Sem mais delongas, até a próxima.
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