O tema anual do MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) para o ano de 2023, é uma exaltação a um instrumento que faz parte da vida do gaúcho.
Tendo como autores do tema, Andrei Caetano, 3ª Peão Farroupilha do RS, Daniel
Muller Forrati, 1º Guri Farroupilha do RS, ambos integrantes do CTG Tio Bilia de Santo Ângelo, da 3ª Região Tradicionalista do Estado.
‘É comum ouvir falar que a gaita foi introduzida no Rio Grande do Sul por volta de 1846 com a família do imigrante Pedro Roth Birkenfeld ou que ainda teve sua vasta disseminação de fato, durante e após a guerra do Paraguai, mas mais importante que entender a introdução do instrumento em solo gaúcho é entender que este foi introduzido no “coração” do homem deste estado e por isso que assim como o cavalo, gaita por si só também é sinônimo de gaúcho”.
Mas vamos saber um pouco mais como surgiu este instrumento.
A gaita não surgiu do nada, ela foi sendo aprimorada aos poucos até tomar os formatos atuais e tudo começou lá pelas bandas da China, na volta do ano 3000 A.C, onde certa feita, o imperador ordenou que um estudante de música chamado Ling Lun, se bandeasse pros lados das montanhas e só voltasse quando encontrasse um meio de reproduzir o canto de certo pássaro. Passou uma primavera e tanto e o tal do Ling retornou com um aparelho que chamou de Cheng.
Era um instrumentozito de sopro, que entre lenda e realidade, foi o primeiro passo para a criação da gaita, pois ele utiliza o princípio da vibração de palhetas, para produzir o som, o que é base do acordeon.
E o tempo foi passando e o tal do Cheng foi sendo adaptado por diversas culturas, inclusive há relatos da mesma ‘tecnologia’ aparecendo no Egito e na Grécia. E a gaita de fole, aquela dos escoceses é datada mais ou menos de 200AC.
Até que lá pelo final do século 18, foram inseridos os acordes de onde se pegou o nome de “acordeon”. E foi na Europa que a gaita começou a ser aperfeiçoada e chegou nos moldes mais semelhantes a que temos hoje.
E tem um fato curioso de que ao longo dos anos tiveram alguns modelos onde os baixos e o fole da gaita eram acionados com os pés e outros onde era preciso mais de uma pessoa pra tocar o instrumento.
No Brasil, as gaitas chegaram junto com os imigrantes europeus, entre os anos de 1837 e 1851. E a gaita que veio era chamado de concertina, que era um acordeon cromático com 120 baixos. E de vereda a gaita se espalhou pelo Brasil, principalmente aqui no Sul e pelo Nordeste. Tanto que em 1875 já estava sendo produzido em terras brasileiras.
Nosso Estado é rico. Rico não, riquíssimo em nomes e valores que trazem a marca de Gaiteiros, essa arte nobre que alegra, sem distinção, os apaixonados pela música regionalista, como um todo (nativista, tradicionalista, campeira, galponeira, festivaleira, romântica) onde temos grande nomes como Oneide Bertussi, Porca Véia, Gildinho, e tantos outros que se fosse citar daria algumas páginas.
O grande músico Hermeto Pascoal disse que “A sanfona é como a cachaça pros nordestinos e como o chimarrão para os gaúchos”
Saudamos a Gaita e seus gaiteiros. E viva a Gaita tchê!
Até a próxima.
■ Notícias no WhatsApp:
Receba as notícias do Site Clic Portela no seu telefone celular! Clique aqui e faça parte do nosso grupo de WhatsApp.
■ Nos siga no Instagram:
Clique aqui e acompanhe todas as publicações do Sistema Província de Comunicação de Tenente Portela.
Mín. 11° Máx. 22°