João Nunes da Silva Tavares, mais conhecido como Joca Tavares é considerado um dos importantes personagens da Revolução Federalista de 1893 a 1895. Nasceu em Herval em 24 de maio de 1818, no berço de uma das mais tradicionais e importantes famílias do Rio Grande do Sul. Chegou ao posto de general e foi presidente do Estado do Rio Grande do Sul de 17 de junho a 4 de julho de 1892.
Era filho do Visconde de Serro Alegre, João da Silva Tavares e de Umbelina Bernarda da Assunção, e irmão de Joaquim da Silva Tavares, o Barão de Santa Tecla, sendo casado com Flora Vieira Nunes, com quem teve 12 filhos.
Joca Tavares começou sua história de lutas e desafios, bem antes da Revolução Federalista, já na véspera de estourar a Revolução Farroupilha, onde acompanhou seu pai juntando-se ao lado legalista. Três dias mais tarde combateu no arroio telho, as forças revolucionárias de Gervásio Verdum. Em seguida partiu para Pelotas e no caminho, em 19 de outubro, próximo a São Lourenço apoiou o combate às forças do Coronel Antônio Gonçalves da Silva. Logo depois se refugiou no Uruguai, regressando em 1836 para lutar no combate do Rosário, sendo feito prisioneiro pelo Coronel Corte Real.
Durante a Batalha do Seival foi novamente preso, e incitado pelos Farroupilhas a mudar de lado, mas recusou-se inclusive a permanecer neutro, por isso foi mantido preso. Mais tarde é libertado, através da intermediação do chefe uruguaio Calengo. Novamente é atacado e sitiado, perto de Arroio Grande pelas tropas de Davi Canabarro, sendo feito, outra vez prisioneiro com seu pai. Serviu a outras importantes batalhas na Revolução Farroupilha e foi encarregado da defesa de Pelotas, recebendo o Barão de Caxias, que tinha sido nomeado Presidente da Província e comandante das Armas.
Ao fim da Revolução Farroupilha com o Tratado de Ponche Verde, Joca Tavares tinha posto de Major, com apenas 27 de idade e 10 anos de combate, tendo conquistado todas suas promoções por atos de bravura.
Joca Tavares foi promovido à Coronel, durante a Guerra do Paraguai e organizou um corpo de voluntários para libertar Uruguaiana. Após a retomada da cidade em 18 de setembro de 1865, vai para Bagé como Comandante de Brigada, incorporando-se ao 3º Corpo do Exército, comandado pelo General Osório rumo ao Paraguai. Depois, em 1868 combate em Palmas, recebendo a medalha do mérito militar.
Ao passar pelo Arroio Negla, aprisiona o Coronel Salinas e por ele toma conhecimento do paradeiro de Solano López na margem esquerda do Arroio Aquidabã. Ataca o acampamento de Solano Lopez, que morre em fuga, atingido por um de seus soldados o Chico Diabo.
Depois da guerra, chegou ao posto de brigadeiro honorário do Exército imperial e recebeu o título de Barão de Itaqui por Decreto de 18 de maio de 1870.
Assumiu o comando da fronteira de Bagé de 1874 a 1878 e de 1886 a 1889. Em junho desse ano, declarou-se republicano e renunciou a seu comando militar e a seu título de nobreza, aliando-se aos republicanos gaúchos. Depois da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, voltou a assumir o posto de comandante da fronteira de Bagé, onde permaneceu até janeiro de 1892.
Nesse período, rompeu com o Partido Republicano Rio-grandense (PRR), liderado por Júlio de Castilhos, e ligou-se ao Partido Federalista, liderado por Gaspar Silveira Martins.
Continua na próxima edição.
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