A cultura crioula do Uruguai foi uma das mais diretamente influenciadas pela cultura indígena, quanto às técnicas, aos costumes, às tradições, à medicina, às crenças e aos valores. Com eles, o povo campesino aprendeu os segredos do ecossistema e a relação de amor com a natureza. Índios e gaúchos andavam a cavalo com um sentimento comum aos povos originários dos campos.
Os primeiros habitantes da região onde hoje pertence ao Estado do Rio Grande do Sul eram caçadores e provavelmente teriam chegado por volta de 11 mil anos atrás. Sabe-se que eram nômades, em razão da constante busca de alimento, principalmente oriundos da caça, fazendo usos de toscos instrumentos feitos de pedra lascada.
É possível que não fossem numerosos, mas esses grupos tinham o domínio de todo o território, até que sobre eles se derramou um grande avalanche guarani (grupos originários do tronco Tupi) que desceram pelos grandes rios, desde a Amazônia alcançando o Rio Uruguai, há 2 mil anos atrás. Essa migração pode ter sido a fuga dos grandes períodos de seca ou a procura de uma terra sem males, um dos mitos da sua cultura.
Os guaranis eram muito agressivos e dominavam quase todo o território sul rio-grandense. Eles dominaram os Tapes no alto Taquari e Rio Pardo, deixando os campos rasos do sul e as regiões mais altas para os grupos Charruas e Minuanos. Os guaranis tinham preferência em ocupar os vales dos rios com florestas subtropicais e o litoral.
Quando os primeiros europeus aportaram nesta terra, havia entre 100 e 150 mil habitantes, quase todos guaranizados. Eles encontraram tribos remanescentes dos primeiros habitantes, como os charruas e os minuanos que ocupavam a pampa e as tribos jês, que habitavam a região do planalto. Assim, a ocupação do estado se deu primeiro pelos campos, depois se seguiu para as florestas e planalto e, por último, a região do litoral.
Quando os europeus pisaram no solo rio-grandense, já haviam habitantes por mais de 8 mil anos. Por serem nômades, as tribos aparecem com nomes diferentes em quase todas as regiões do Brasil, mesmo sendo do mesmo ramo. Havia três grupos indígenas principais no Rio Grande do Sul: os Guaranis, os jês e os Pampeanos (Charruas e Guaranis).
Foram os índios guaranis que introduziram a horticultura no Rio Grande do Sul. Os guaranis legaram o milho, os feijões, a mandioca, a abóbora, a pimenta, o algodão, a batata-doce, o amendoim, a moranga, o chimarrão e o fumo. Eles usavam arco e flechas, a lança, o tacape e machados de pedra polidos. Eles acreditavam que um banho frio pela manhã prolongava a vida. Praticavam a antropofagia com os inimigos e enterravam os seus mortos em igaçabas (potes de cerâmica). Acreditavam no curupira, no caipora e na Iara. A cultura gaúcha herdou dos guaranis a lenda do boitatá, o pala, a erva-mate e a cultura do fumo, que eles utilizavam em rituais religiosos.
“Aqui nascemos, aqui temos nossas raízes”
Fonte: A Terra dos Quatro Ventos, livro de Juarez Nunes da Silva
Até a Próxima.
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