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Embriagado de Tabú

A verdadeira história do perfume e do torpedo

Por: Jalmo Fornari
17/09/2025 às 10h21 Atualizada em 19/09/2025 às 14h45
Embriagado de Tabú

Eram tempos em que os encontros e os inícios de namoro nasciam nos bailes das comunidades. Casais se formavam pela proximidade entre as famílias, pelo empurrão dos amigos e, às vezes, por obra do destino — ou da teimosia.

Foi assim com o Mauri, mais conhecido como Dega. Tinha uns 20 anos quando as irmãs e algumas amigas resolveram “ajeitar” um encontro entre ele e a Maria de Fátima, moça bonita, de apenas 16 anos na época. A ideia era apresentá-los durante um baile no famoso salão do Km 12 — pertinho da casa do Mauri, que morava no Km 8, sentido Três Passos.

Foram dias de ansiedade. O rapaz só falava nisso. Uma semana antes do baile, aproveitando que os pais iam à cidade fazer compras dos mantimentos da casa, ele fez um pedido especial:

— Mãe! Dizem que lá no Turco, em frente à farmácia do Sperotto, tem um perfume chamado “Tabu”. É meio caro, mas dizem que é coisa fina!

A mãe, querendo agradar o filho e talvez sonhando com o futuro casamento, trouxe o tal perfume da cidade.

No dia do baile, logo após o almoço, o Mauri tomou o banho mais demorado da vida. Depois, se perfumou com capricho. E como achou que uma dose era pouco, mandou mais umas borrifadas na gola da camisa, nas axilas e até atrás da orelha. “Agora sim!”, pensou.

Chegando ao salão do Km 12, todo elegante e sorridente, avistou Maria de Fátima. Ela estava acompanhada do irmão Ernesto e de duas amigas. O Mauri ajeitou o cabelo, estufou o peito e foi se aproximando com seu melhor sorriso.

Quando estava a uns três metros do grupo, o destino — ou a feijoada do almoço — resolveu agir. Ernesto, o irmão da moça, soltou uma daquelas flatulências silenciosas, mas capazes de derrubar um canteiro de margaridas. A primeira a sentir foi a própria irmã:

— Meu Deus, que cheiro é esse?! — exclamou, cobrindo o nariz.

O pobre Mauri, que ainda não havia sentido o “torpedo” do futuro ex-cunhado, achou que estavam comentando seu perfume. Orgulhoso, bateu no peito e disse, com voz firme:

— O cheiro é do Degas aqui! Caprichei!

 

A moça apenas exclamou:

—Meu Deus, você tá cag... ! Vá para casa se trocar!

Tapou o nariz com as duas mãos e saiu ligeira para o fundo do salão. Nunca mais se encontraram. E o Ernesto… nunca contou a verdade.

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Jalmo Fornari
Jalmo Fornari
Jalmo Fornari é diretor-proprietário do Sistema Província de Comunicação. Jornalista já atuou nos principais veículo de comunicação do Rio Grande do Sul, como as rádios Gaúcha e Guaíba. Também é advogado com pós graduação em direito previdenciário. Como político foi vereador em Tenente Portela por diversos mandatos, tendo ocupado por diversos momentos o cargo de prefeito. Nesta coluna você acompanha crônicas, textos e memórias.
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