A história da Criação é algo fascinante. Pela Bíblia dá pra entender que depois de criar a terra, as águas e o firmamento, Deus decide fazer uma coisa que se movimenta de forma contínua, renovável e sustentável sobre a infraestrutura perfeita que acabara de inventar. Separa as águas da terra. Separa a luz das trevas. Faz as estrelas e os astros para que forneçam luz e energia a um gigantesco e complexo sistema de estruturas físicas e químicas inter-relacionadas e interdependentes entre si. E cria muitas espécies de plantas e animais para viverem na terra, e muitas outras para viverem na água.
Está formada a cadeia da vida. Para nunca mais parar seu maravilhoso movimento. Um estupendo milagre.
Mas o Criador percebe que fizera algo imenso demais, complexo demais, belo demais. Porém muito frágil. Então decide: é preciso criar um ser só para cuidar disso tudo de perto, com amor e dedicação. Um ser inteligente, que possa entender como funciona esse fantástico sistema. Que entenda de equilíbrio e harmonia. Um ser capaz de entender de sofrimento, de dor, de alegria, de tristeza e solidão. Para colocar-se no lugar daqueles seres mais fracos, e assim poder ajudá-los a ter uma existência boa no convívio com os outros seres.
- Não há outro jeito - conclui o Criador -, para compreender a minha obra, só Eu mesmo. Então será preciso fazer um ser que tenha o Meu Espírito e por isso dependa de Mim. E para compreender as necessidades dos outros seres, só um ser que dependa dos demais, que coma da mesma comida e beba da mesma bebida dos outros seres.
Deus pensa, pensa, e então faz o homem. De terra e água, isto é, da mesma matéria de que são feitos os outros animais, os vegetais e os minerais. Exatamente para que possa ser capaz de entender dos outros seres, e assim poder cuidar deles. Sim, o corpo humano é terra e água, que contêm as substâncias encontradas no corpo dos outros seres, sejam animais, vegetais ou minerais.
No entanto, para compreender a magnitude da obra da Criação, o homem precisa estar ontologicamente ligado ao Criador. Do contrário ele não terá capacidade de administrar a terra, de cuidar dos outros seres. Então Deus sopra Seu Espírito dentro desse ser especial.
Biologicamente, portanto, o homem é como qualquer outro animal, assemelhando-se também aos vegetais, à medida que se nutre das mesmas substâncias que servem de comida e bebida a esses seres.
Espiritualmente, é como o próprio Deus, feito da mesma matéria do Criador, pois dentro do homem pulsa o Espírito de Deus.
Então o Criador fala ao homem, mostrando-lhe a magnífica obra da Criação:
- Adão, isso tudo é meu. Quero que você exerça o domínio sobre todos os animais e todas as plantas da terra e da água. É muita coisa, e tudo é muito complexo na minha obra. Por isso coloquei em você o Meu Espírito. Você dá conta de governar como Eu quero, pois você é semelhante a Mim.
Importante destacar que Deus fez o homem com duas dependências: dos outros seres (animais, vegetais e minerais) e Dele próprio.
Dependemos integralmente do ecossistema. Se nos faltar o ar, morreremos em pouco mais de um minuto; respirando ar poluído, iremos morrer de doenças graves. Nosso corpo é composto de 70% de água, não necessitando falar das consequências da falta desse mineral para nossa vida. Enfim, dependemos integralmente de todos os elementos presentes nos reinos animal, vegetal e mineral.
Note-se que animais, plantas e minerais também dependem uns dos outros, só podendo existir se houver essa correlação harmoniosa e equilibrada. Isso é retratado em praticamente todos os Livros da Bíblia, aparecendo com destaque no Gênesis, Salmos (e. g., Sl 104) e nos ensinamentos de Cristo. Mas nenhum animal, nenhuma planta ou qualquer outro elemento natural depende do homem. Chega a ser curioso e profundamente intrigante, mas, repita-se, nada que pertença à Natureza depende do homem para existir (continua em edição posterior).
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