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O sentido do Natal

Por Nilton Kasctin dos Santos

23/12/2022 às 15h14
Por: Jonas Martins Fonte: Jornal Província
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Foto: bluartpapelaria por Pixabay
Foto: bluartpapelaria por Pixabay

Se Jesus nasceu para nos libertar do mal, então por que sofremos injustiças, perseguições, doenças, problemas financeiros, ou temos de suportar a dor da morte na família?

        A resposta é simples: não está nos planos de Deus livrar-nos do contato com os problemas do mundo, mas, sim, preparar-nos para voltar ao relacionamento direto com Ele, como ocorria com Adão e Eva no Éden. Nisso consiste o propósito da redenção divina, que inicia com o Natal.

        Todavia, para que a obra redentora de Cristo chegue à plenitude, não basta o seu nascimento na manjedoura, nem mesmo a sua morte de cruz; é preciso que estejamos dispostos a segui-lo exclusivamente por amor. Amor a Deus e ao próximo.

        Em outros termos, Deus não está interessado em igreja cheia, em pessoas que o buscam para conquistar a salvação da alma, cura para doenças e prosperidade financeira. O desejo de Deus é encontrar pessoas que pratiquem o amor. E quem ama não espera nada em troca, apenas ama. Quem ama se dispõe a fazer tudo para agradar o destinatário do seu amor, nem que isso lhe custe sacrifício. Quem ama vive completamente livre para amar, não importando quantos e quais obstáculos lhe sejam opostos, pois todos eles são menores do que o amor.

        Amar a Deus é cuidar das coisas que Ele criou. Cuidar dos animais, das árvores, das águas, enfim, de toda a Obra da Criação, inclusive do nosso corpo. Nada mais. Já amar o próximo é respeitar e ajudar o outro sem esperar nada em troca, inclusive doando uma parte dos nossos bens materiais para o necessitado. Nada mais.

        Só assim poderemos dizer e sentir que somos livres. Livres da escravidão do egoísmo, dos vícios, da hipocrisia religiosa e da alienação ambiental. Essa é a verdadeira liberdade em Cristo. É uma liberdade prática para servir a Deus e ao outro. O resto é hipocrisia e enganação, que são produtos da religião.

        Havia quase mil anos que o profeta Isaías anunciara o nascimento do Messias para libertar o homem de todo mal. E foi o próprio Cristo quem confirmou solenemente o cumprimento da profecia, para a sinagoga lotada (Lc 4. 18-21). Portanto, não há dúvida de que Jesus nasceu para nos libertar. Mas, para muitos, isso não faz diferença. Quando ouvem que Jesus nasceu para libertar os oprimidos, até creem, mas dizem: “Jesus me libertou, e daí? Continuo pobre, doente, desempregado, injustiçado, discriminado” etc. Quem pensa assim, ainda não entendeu a essência do Natal.

        Certo dia ouvi de um cidadão um insólito “testemunho”. Queixava-se ele de que, antes de entrar para uma igreja evangélica, vivia bem, pois, como músico profissional, ganhava a vida tocando em conjuntos de baile. Depois que se converteu, passou a viver na miséria, pois sua igreja não permite tocar em bailes.

        - Seu testemunho é uma bênção - brinquei. Depois passei a refletir, com inquietação: quantas pessoas estão numa igreja dita cristã, mas vivem amargando derrota após derrota. Seguem uma igreja esperando receber algo em troca. Foram libertos por Cristo, mas não conseguem gozar dessa liberdade. Não compreenderam o sentido da graça divina. Uma liberdade inútil.

        Libertação significa apenas o fim da opressão. A opressão do egoísmo, dos vícios, da hipocrisia e da alienação ambiental. Liberdade é um processo construído pela pessoa liberta. Jesus nos libertou, mas quem tem que viver em liberdade somos nós. Ele venceu o mal, mas cabe a nós a luta diária contra o mal, praticando o amor. Ele abriu a porta da prisão, mas quem tem que sair da prisão é o prisioneiro.

        A vida em liberdade exige organização e disciplina. Exige caráter e muita responsabilidade, pois não há fiscal para controlar a vida do liberto. Logo, só o amor pelo nosso Libertador fará com que o sigamos independentemente do sofrimento, da dor, da perseguição ou da morte (Rm 8, 35-39).

        Se não praticarmos o amor a Deus e ao próximo, sem esperar nada em troca, não teremos compreendido o verdadeiro sentido do Natal de Cristo.

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Nilton Kasctin
Sobre o blog/coluna
Promotor de Justiça, professor universitário e defensor do meio ambiente e do direito e bem estar do ser humano. Nilton Kasctin dos Santos escreve quinzenalmente no Jornal Província
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