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Veja os partidos com maior número de prefeitos eleitos no Rio Grande do Sul

O dado leva em conta os 492 municípios com definição no primeiro turno. Outras cinco cidades vão realizar segundo turno em 27 de outubro. 

08/10/2024 às 10h21
Por: Rafael Piasecki Fonte: Fonte: Gaúcha ZH
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Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS
Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS

Dados da eleição municipal de 2024 no Rio Grande do Sul mostram que uma tendência observada nos últimos pleitos segue no Estado. Partidos de direita ou centro-direita continuam dominando e avançando, conquistando o maior número de prefeituras gaúchas. Por outro lado, siglas mais à esquerda encolheram de um pleito para o outro. 

A consolidação de mais legendas de direita no Interior e em grandes centros urbanos após a polarização observada nas últimas disputas eleitorais ajuda a explicar esse cenário, segundo especialistas. 

O dado leva em conta os 492 municípios com definição no primeiro turno. Outras cinco cidades vão realizar segundo turno em 27 de outubro. 

O PP mantém a liderança em números absolutos, com maioria dos prefeitos eleitos, e apresentou avanço. A sigla subiu de 143, em 2020, para 164 neste ano.

Já o MDB segue na segunda colocação com 125 eleitos, mas recuou, perdendo nove prefeituras. No entanto, tem a chance de conquistar mais um ciclo no comando da Capital, com Sebastião Melo disputando a reeleição no segundo turno após votação expressiva. 

Em termos proporcionais, um dos destaques do pleito atual é o PL. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro venceu em 36 cidades no Estado. Um avanço de 260% ante o total de 2020, quando foram 10. O PL ainda disputa o segundo turno em três grandes colégios: Caxias, Pelotas e Canoas.  

PL e Republicanos avançam

Augusto Neftali, professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política da Escola de Humanidades da PUCRS, afirma que o PL se consolidou como o partido que representa a linha política defendida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse sentido, acaba ganhando espaço de siglas tradicionais em algumas regiões do Interior e em grandes centros urbanos: 

— Isso coloca esses partidos mais tradicionais do Estado, em especial o MDB, numa posição pouco confortável, na medida em que o PL passa a ser, de fato, o partido que representa esse campo de direita, em oposição ao PT. Coloca o PSDB e o MDB, em certo sentido, como terceiras forças. Muda estruturalmente a forma como a política ocorre no Estado.

Outro partido de direita que tem poucas prefeituras, mas também apresentou salto expressivo é o Republicanos, que subiu de seis para 16 prefeituras de uma eleição para outra. 

O cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Paulo Peres também afirma que o avanço de partidos como o PL e o Republicanos pode mostrar a consolidação da ideologia impulsionada pelo bolsonarismo dentro do âmbito partidário. Isso porque existe amadurecimento desse movimento dentro das siglas. Na avaliação do especialista, o cenário da eleição no Estado faz parte de uma tendência que ganha força para as próximas eleições: 

— Então, acho que dá para antecipar isso. Vamos ter uma competição polarizada, mais radicalizada à direita, entre o PT e alguém. Mesmo se não for o Lula, será o PT e a outra força mais competitiva nessa polarização. 

Olhando pelo lado da centro-direita, o PSDB conseguiu eleger candidatos em 33 prefeituras do Estado — seis a mais do que o registrado quatros anos antes. 

Já o PSD, sigla com maior número de prefeituras no país nesta eleição, cresceu de cinco para 12 cidades no RS entre os dois períodos. 

Esquerda segue perdendo presença 

Já no âmbito da esquerda, o PT caiu de 23, em 2020, para 19 em 2024. Doze anos atrás, em 2012, o partido chegou a eleger prefeitos em 72 cidades. No pleito atual, as principais vitórias ocorreram em Rio Grande e Bagé. Além de Porto Alegre, a sigla ainda concorre no segundo turno em Pelotas e Santa Maria. 

O movimento verificado no PT se espraia para outros partidos desse campo político. O PDT, que segue com maior número de prefeituras na esquerda, viu sua presença diminuir de 65, em 2020, para 50 no atual pleito. Já o PSB perdeu 10 cidades na comparação com o período anterior e ficou com oito prefeituras.

O cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Paulo Peres afirma que a esquerda é pressionada pelo avanço da outra ponta da polarização nos últimos anos: 

— Olhando em conjunto, me parece que tem uma dinâmica aqui que está acontecendo na disputa para o governo estadual e até para a Presidência da República. Que é o crescimento desse nicho eleitoral da centro-direita e direita e o encolhimento, de maneira gradativa, da centro-esquerda. Como ilustra o dado do PDT. 

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