Medicina Campeira: A Cura através das Ervas do Pampa

   Há anos estes pagos eram colonizados por portugueses, espanhóis vindos muitos deles de uma região conhecida como Península Ibérica que fora colonizada por sábias tribos Celtas. Essas tribos possuíam um conhecimento muito grande e sabiam como ninguém praticar a cura e fazer uso das ervas encontradas na natureza. Dentro das tribos celtas havia a figura do druida, o mago que dominava os conhecimentos da filosofia e equilibrava-se com a natureza de forma harmoniosa e mágica.

      Destacava-se também as Estreghe (mulheres) que tinham um vasto conhecimento das ervas do campo e aliadas com santos católicos faziam benzeduras e assim ficaram conhecidas como “benzedeiras”.

       Foi no período da Colonização Portuguesa que muitas destas famílias de origem celtas vieram colonizar o Rio Grande do Sul e desbravar a pampa, trincheirando mistérios e perigos que jazia nestes pagos. Aqui, em solo pampiano estas benzedeiras encontraram céu aberto longe das fogueiras e da Inquisição Romana, estudaram as plantas endêmicas e delas galgaram a cura para diversos males do cotidiano.

       Neste período a medicina caseira ou campeira teve seu espaço consagrado e até hoje, aqui no garrão do pampa usamos destes conhecimentos para sanar alguns males que por ventura nos afetam. São muitas ervas que usamos, e os mais antigos ainda tem por hábito usar da medicina campeira, que além de serem conhecidas são fáceis de se encontrar.

         Então vamos a algumas dicas:

          Se teve um dia muito agitado, estressante, nada melhor que um chá de erva cidreira, atua como calmante, bom para o estomago e possui propriedades refrescantes. Usa-se as folhas.

           Comeu uma boia bem apimentada, erva de bicho é específico no combate a hemorroida, além de combater o nervosismo é bom para as varizes. Gestantes não podem usar. Faz-se uso das folhas.

           A erva de passarinho, atua como tônico pulmonar de grande ação descongestionante, indicado em todas as infecções do aparelho respiratório. Usa-se as folha em infusão.

           Se você está largando gases em excesso, nada que um chá de funcho não ajude a regular, também é um excelente chá para cólicas intestinais. Usa-se o ramo.

            Em caso de vermes, má digestão, cólicas intestinais, nada que um bom chá de hortelã não resolva. Também pode ser tomado gelado com uma rodelinha de limão nos dias de muito calor.

             Em todos os males hepáticos, nas doenças do baço, febres biliosas, nada melhor que um chazinho de jurubeba. Usa-se a folha e a flor.

               Contra os males estomacais losna. Mas não toma muito vivente porque senão você vai perder alguns quilinhos.

             O poejo, indicado para cólicas de bebês, também combate a tosse. Usa-se as folhas.

              Urtiga, aquela planta que se você encosta dá uma ardência, muito usada contra hemorragia, alergias, nos casos de intoxicação, urticária (irritação cutânea). Usa-se toda a planta como chá.

                Malva, anti-infecciosa, descongestionante, muito boa para garganta infeccionada. Usa-se a folha. Uso interno e externo.

                 Mamica-de-cadela, é um poderoso cicatrizante nas úlceras gástricas, como banho de acento em caso de hemorroidas. Usa –se a casca.

                 Bom, estas são algumas erva que ainda se usa nos casos de algum mal no corpo do vivente. Mas não é só com um chá que você vai ficar cento por cento. Aconselha-se antes de tudo, consultar um médico. Este texto é somente para relatar o uso da Medicina Campeira que foi trazida pelas benzedeiras celtas na época da Colonização Portuguesa em nosso Estado.

                   Então vivente, tá maleixo, procure um médico, depois, te atraque nos chazinhos.

Até a próxima.

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