Em diversas oportunidades li e ouvi o presidente do TSE manifestar-se, por vezes em tom exacerbado, contra o excesso de emocionalidade, o radicalismo, o agravamento da polarização, etc., etc., etc. durante a campanha eleitoral. Ora, campanhas eleitorais, especialmente pleitos presidenciais, não transcorrem em clima de quermesse.
Para evitar que as emoções aflorem, se agudizem e a violência se manifeste nos indivíduos violentos, a corte eleitoral tem agido com rigor que, na visão de tantos, a minha incluída, vai muito além da conta e acaba por coibir a livre manifestação das opiniões. Aliás, essas excessivas intervenções antecedem a própria campanha eleitoral.
Desmonetizações, canais fechados, ameaçadores inquéritos abertos para permanecerem abertos até o “fim do mundo” são evidências do que afirmo e fatos que me intrigam. Eles permanecerão propondo interrogações ao bom trabalho dos historiadores destes dias.
A decisão de encarcerar Roberto Jefferson sete dias antes da eleição é uma parte desse quadro totalmente fora da moldura. Foi tal ordem causada pelo que o preso disse da senhora ministra? Penso que não, porque o crime de injúria, como se sabe, prescreve outra conduta. Foi por descumprimento das condições impostas para concessão da prisão domiciliar? Mas, nesse caso, ao que se sabe, Roberto Jefferson as vinha descumprindo há mais tempo. Por que, repito, realizar a operação a uma semana do pleito, na última data em que seria possível fazê-lo antes do dia 30? Viram no que deu? Não previram o que poderia dar? Onde foram parar a prudência e a preocupação com a tão importante pacificação dos ânimos?
Isso me deixa com uma pulga atrás da orelha e penso que a sociedade deveria ser esclarecida para não ficar, também ela, mais uma vez, fora da moldura, como espectadora passiva da cena que outros pintam. E bordam.
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