Em audiência da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, nesta semana, representantes de pacientes e especialistas defenderam um melhor atendimento às pessoas com talassemias no Sistema Único de Saúde (SUS).
A talassemia é uma doença hereditária rara que provoca anemia crônica, caracterizada pela redução ou ausência de hemoglobina, a substância presente nos glóbulos vermelhos do sangue que faz o transporte de oxigênio pelo corpo.
O presidente da Associação Brasileira de Talassemia, Eduardo Fróes, destacou que uma das dificuldades é a necessidade de transfusões de sangue frequentes e diferenciadas de acordo com o paciente. “Não basta dar uma bolsa de sangue para o paciente com talassemia. Ele precisa, conforme seu peso e idade, de três concentrados de hemácias a cada 15 ou 20 dias. E a gente se depara com hemocentros que insistem em dar uma bolsa de sangue e mandar a pessoa para casa”, lamentou.
A representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Talita Garrido de Araújo destacou a urgência de garantir o tratamento adequado no SUS, pois a talassemia gera danos irreversíveis à saúde. “A gente tem uma linha de cuidados estruturada. Só precisamos sensibilizar os gestores públicos pra garantir o que o SUS já preconiza”, defendeu.
O deputado Lula da Fonte (PP-PE), que solicitou o debate, defendeu a conscientização dos agentes políticos para garantir que o SUS arque com o tratamento de doenças raras como a talassemia. “A gente vê uma série de desafios no que tange os medicamentos especializados nos postos de saúde. E isso precisa de um amparo legal, tanto do poder municipal quanto do poder executivo e do poder legislativo”, concluiu.
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